Após uniformes encalhados e crise política, Nike retoma campanha da seleção
A Nike lançou na semana passada sua primeira campanha publicitária com a seleção brasileira principal desde a Copa do Mundo de 2014. A propaganda, que leva o nome de Brasileiragem e fala da relação do povo brasileiro com o futebol, quebra um período de pouca ativação da parceria entre empresa e equipe. Um uniforme na cor verde-escuro também foi lançado.
Depois de cancelar dois eventos de lançamento por motivos diferentes, a campanha, agora, aposta no bom momento da equipe comandada por Tite. Não à toa, o próprio treinador figura na peça publicitária exibida na Arena Corinthians, no jogo contra o Paraguai, e replicada nas redes sociais e outros meios de comunicação.
Em resposta ao UOL Esporte por e-mail, a diretora de marca para futebol da Nike do Brasil, Barbara Casara, tratou com normalidade que o bom momento da seleção seja usado para uma nova campanha e não comentou os cancelamentos anteriores.
"O Brasil ama o futebol e o mundo ama o futebol do Brasil. A amarelinha é a camisa mais icônica de todos os esportes, e é normal que em um ambiente de retomada da confiança e de vitórias, tudo funciona melhor e atrai a atenção das marcas. O nosso cronograma de ações, entretanto, segue o fluxo normal, com grandes ativações para os lançamentos de produtos e momentos esportivos relevantes para a seleção", explicou Barbara.
Nos planos da multinacional, a campanha seguirá ao lado da seleção brasileira até a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Barbara não quis revelar o cronograma das novas ações e ressaltou que o jeito que o brasileiro trata o futebol é sempre o que motiva as peças publicitárias. Ela lembra, inclusive, a campanha que virou slogan do futebol brasileiro pelo mundo: 'Jogo Bonito'.
"Um dos valores mais reconhecidos sobre o futebol brasileiro, aqui e no mundo, é a nossa paixão pelo jogo, a forma alegre como jogamos, a liberdade, a criatividade. O Brasil simplesmente adotou um esporte de outro continente e o abraçou de forma tão completa e incondicional que acabou tomando como seu. É tão inseparável da vida dos brasileiros quanto o idioma ou o próprio território. O que fizemos agora foi adicionar ao "Jogo Bonito" novos elementos que fazem parte da identidade dessa nova geração da Seleção: a confiança, o comprometimento e a entrega. A Brasileiragem (mistura de Brasil com boleiragem) representa exatamente tudo isso", completou.
Para bombar ainda mais a nova campanha, a Nike ainda promoveu um encontro entre Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Eles vestiram camisetas com a hashtag #brasileiragem.
Dois motivos centrais explicam o sumiço temporário da Nike. Dentro de campo, a seleção brasileira decepcionou na Copa do Mundo de 2014, com o vexame na semifinal diante da Alemanha. Em 2015, a marca norte-americana cancelou o evento de lançamento de um novo uniforme pela primeira vez em 20 anos de parceria.
A decisão havia sido tomada na época pela enorme quantidade de uniformes que ficaram encalhados nas lojas. A seleção, então, usou o mesmo uniforme do Mundial disputado em casa.
O UOL Esporte ainda apurou que houve cautela em manter a campanha adiada para 2016 por conta do momento instável da então seleção de Dunga. Somente a mudança com Tite permitiu um cenário considerado ideal para a retomada. O fato de ter o jogo em um grande centro, como São Paulo, completou a cena para a campanha atual – que será mantida até a Copa do Mundo.
Na época e também atualmente, a empresa optou por não comentar a mudança de planos.
Depois, em 2016, em meio à crise política e aos protestos políticos pelo país, a empresa decidiu transformar o evento que lançaria o novo uniforme em um simples registro no site da CBF. Sem pompa, a vestimenta que mais tarde seria usada na conquista da medalha de ouro olímpica foi lançada apenas nas redes sociais e também não decolou.
Danilo Lavieri e Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro
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