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Por que uniforme oficial é o calcanhar de Aquiles das lojas de clubes de futebol

Na Vitrine

24/04/2017 09h34

No fim de semana, a loja do Corinthians no Parque São Jorge voltou a protestar pela falta de uniformes oficiais do clube. Segundo os responsáveis, há um ano e oito meses eles não recebem da Nike materiais oficiais do clube.

O problema específico dessa loja é o relacionamento com o Corinthians (entenda o caso aqui), mas o caso mostra como os uniformes oficiais são o grande calcanhar de Aquiles das lojas oficiais dos clubes de futebol do Brasil. Primeiro, por causa do preço. Hoje, uma camisa oficial de um clube da Série A custa, em média, mais de R$ 200,00. Segundo, porque é o item mais oneroso, também, para o lojista.

O Na Vitrine falou com a Meltex, empresa responsável pelas lojas Academia Store, do Palmeiras, Santos Store, do Santos, e pelas lojas oficiais do Fluminense, além de cuidar da linha casual do Grêmio. "É claro que os itens mais procurados nas lojas são, sempre, os produtos oficiais. Eles representam cerca de 55% das vendas. A questão é que esses são os itens, também, com a menor margem de lucro para os franqueados", diz o gerente de operações da empresa, Tommy Kamimura.

A explicação para isso é simples: o uniforme oficial é mais caro do que as linhas casuais em algodão, por exemplo. Eles são feitos em materiais especiais e envolvem custos de royalties mais altos. "Não posso comentar os problemas de outras empresas já que nós nunca tivemos problemas assim. Nosso relacionamento com os patrocinadores sempre foi muito bom", fala.

"Agora, o grande lance do negócio é encontrar o equilíbrio da participação. As camisas do patrocinador representam a maior fatia, mas são, também, os produtos com menor margem para o lojista. Em contrapartida, temos uma linha de fabricação própria que dá uma margem muito maior para o lojista, mas não é tão procurada", completa Kamimura.

Por isso, a Meltex investe em criatividade. Cada loja franqueada tem três famílias de produtos: a patrocinador (com itens das marcas esportivas), a casual (desenvolvida pela própria Meltex) e a gifts (com produtos licenciados). A grande aposta é na casual, em grande parte vestuário em algodão, com preços menores, criados em conjunto com os clubes e com autorização dos patrocinadores.

No mês passado, por exemplo, o Santos lançou uma linha de camisas sociais. Uma linha parecida já tinha feito sucesso no ano passado no Palmeiras. Outro sucesso foram as camisas de futebol americano do Santos. "Lançamos uma linha de esportes americanos, com camisas de futebol americano e basquete. E percebemos que a aceitação em Santos foi muito boa. Virou um dos nossos cases de sucesso".

O carro-chefe da linha casual, porém, ainda são as camisetas masculinas. As roupas femininas também começam a crescer e já representam cerca de 12,5 % das vendas. "Nós não vamos concorrer com a Adidas ou com a Kappa (patrocinadores de Palmeiras e Santos). O torcedor vem com o desejo de Adidas e, se não tem, o faturamento inteiro cai. Não é possível deixar de oferecer o produto. A linha Meltex chega para oferecer o segundo produto, uma linha de presente mais acessível, já que nossa linha de preço está abaixo. Atacamos em outro patamar da pirâmide", finaliza.

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