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Nike relembra chuteiras um dia antes de lançar novo modelo de Neymar e CR7

UOL Esporte

06/02/2018 13h38

Grandes garotos-propaganda da Nike no futebol na atualidade, Neymar e Cristiano Ronaldo vão lançar nesta quarta-feira os novos modelos de chuteiras que utilizarão na Copa do Mundo da Rússia. As parcerias entre a empresa e jogadores, entretanto, começou há mais de duas décadas, com Ronaldo. Para criar um modelo leve e adequado para a explosão do ex-atacante brasileiro, nasceu a Mercurial, uma das principais marcas da patrocinadora da seleção brasileira.

A Mercurial trouxe uma revolução no mercado das chuteiras. Para tornar o calçado leve, saiu o couro de canguru e entrou um substituto sintético chamado KNG-100. A espessura da placa usada na chuteira de 3mm caiu para apenas 1,75mm. Tudo para impulsionar ainda mais a velocidade do craque brasileiro, o segundo maior artilheiro da história dos Mundiais com 15 gols. A ideia de levar aos gramados o conceito de uma sapatilha de atletismo estava imposto.

A revolução promovida pela Mercurial, no entanto, era tratada com cautela, apesar de todas as mudanças repentinas na fabricação da chuteira. "Naquela época, tudo parecia assustador. O visual, os materiais usados. As pessoas não sabiam o que pensar. Foi um momento sensacional na história do esporte", recordou-se Luca Bolpagni, que trabalha no Centro de Criação de Produtos da Nike.

O primeiro gol da Mercurial veio dos pés de Ronaldo. Qual brasileiro não se recorda do Fenômeno acertando um belo chute para abrir o placar no jogo contra o Marrocos, na segunda rodada da Copa de 1998? O ex-camisa 9 agora é um mero espectador, enquanto Cristiano Ronaldo e Neymar, hoje os protagonistas, terão a chance de manter o legado nascido há 20 anos com a mudança quase que total na confecção da chuteira.

Relembre os modelos da Nike Mercurial:

Nike Mercurial 1998

A primeira Nike Mercurial acabou lançada pela empresa como a Ronaldo Ultra Speed. O modelo foi desenhado para facilitar a movimentação e explosão do craque brasileiro. O KNG-100, material sintético usado para a confecção, não absorvia tanta água em comparação ao couro de canguru e era muito mais fino.

Nike Match Mercurial 2000

A segunda geração da Nike Mercurial expandiu o projeto de chuteiras da empresa americana. Outros modelos passaram a ser desenvolvidos com o planejamento da Mercurial, com a prioridade de um material leve e que facilite a velocidade dos jogadores. Esta versão de 2000, por exemplo, pesava apenas 230g.

Nike Mercurial Vapor 2002

A ideia inicial de transportar o conceito de uma sapatilha de atletismo para o futebol atingiu um novo nível com a terceira geração da Mercurial. Todos os detalhes da chuteira, segundo a Nike, acabaram trabalhados para atingir a leveza máxima – desde a cola usada até o fio que costura o calçado. Os atletas passaram a ter os modelos desenhados em um molde anatômico, diferente para cada pé. Mia Hamm, estrela dos Estados Unidos, e Brandi Chastain usaram o modelo e geraram a criação da Mercurial Vapor Feminina 2003, um ano depois.

Nike Mercurial Vapor 2004

A empresa promoveu uma alteração na região do calcanhar, com uma palmilha maior na parte traseira do calçado, que resultava em um amortecimento maior no tornozelo dos jogadores. Cristiano Ronaldo começou a usar o modelo neste ano, quando era uma estrela em ascensão – virou titular de Portugal e ficou com o vice-campeonato da Eurocopa.

Nike Mercurial Vapor III 2006

Ano de Copa, ano de nova Mercurial. A Nike utilizou a microfibra Teijin na parte superior da chuteira. Este novo material adaptava naturalmente o calçado ao formato dos pés. A empresa também colocou uma peça de fibra de carbono no calcanhar para distribuir o peso dos atletas por todo os pés durante as arrancadas. Foi com ela que Ronaldo anotou três gols no Mundial da Alemanha e assumiu naquele momento a artilharia da história das Copas do Mundo – Klose ultrapassou o brasileiro em 2014.

Nike Mercurial Vapor SL 2008

A primeira chuteira da empresa totalmente produzida a partir de fibra de carbono. O material tornou o calçado ainda mais leve em comparação aos modelos antigos: somente 185g.

Nike Mercurial Vapor IV 2008

O conceito de sapatilha de velocistas retorna ainda mais evidente no modelo criado há dez anos. A Nike usou a microfibra Teijin para cobrir até o cadarço e fibra de vidro na sola para impulsionar os atletas. A empresa usou colorações diferentes, como um rosa-choque extravagante usado por muitos atletas.

Nike Mercurial Vapor Superfly 2009

A Nike misturou diversas tecnologias para criar um modelo novo e ainda mais adaptado a cada pé. O calçado possuía uma camada externa ultrafina de Teijin e uma nova tecnologia chamada Nike Flywire, implantada nos Jogos Olímpicos de Pequim e transportada para o futebol. O modelo aumentou a resistência do calçado, a flexibilidade e ainda aumentou a sensibilidade do pé com a bola.

Nike Mercurial Vapor Superfly II 2010

Para a Copa da África do Sul, a Nike se inspirou na agilidade do "guepardo", segundo divulgado pela empresa na época. A velocidade, tema principal do modelo Mercurial, se tornou uma questão de tração. Cristiano Ronaldo comandou o repasse de informações para a empresa, e o modelo trouxe novidades como as travas "inteligentes", que se estendiam ou retraíam alguns milímetros dependendo da pressão e das condições do gramado.

Nike Mercurial Vapor Superfly III 2011

A terceira versão da Superfly trouxe uma tração extra na região dos dedos que reduzia o risco de escorregão por parte dos jogadores. As três lâminas das travas, de acordo com a Nike, elevavam a velocidade dos atletas no momento da troca súbita de direção.

Nike Mercurial Vapor VIII 2012

A sola externa de fibra de vidro flexível aumentava a tração e a velocidade de penetração das travas no gramado. A Nike também fez uma trava central de alta pressão para impulsionar ainda mais a aceleração dos jogadores. A microfibra Teijin aparece no cabedal, como uma camurça.

Nike Mercurial Vapor IX 2013

A Nike se preocupou em confeccionar a chuteira com uma combinação da nova tecnologia chamada All Conditions Control (ACC) com a Speed Control, que prometia dar a mesma sensibilidade aos atletas em gramados secos ou molhados. O modelo ainda possuía uma flexibilidade maior que as anteriores (placa de baixo peso com duas peças de fibra de vidro) e travas duplas com um desenho assimétrico para aumentar a aceleração instantânea.

Nike Mercurial Superfly IV 2014

Para a Copa do Mundo no Brasil, a Nike transportou uma tendência usada no modelo Magista para a linha Mercurial: o cano alto. A tecnologia Nike Flyknit ganhou uma trama tripla na parte superior da chuteira, que reduziu a quantidade de materiais que separava o pé do jogador com a bola. Novas travas no calcanhar geraram uma estabilidade maior aos atletas, enquanto o reforço da tração na região dos dedos fez a aderência e a propulsão crescerem.

Nike Mercurial Superfly V 2016

No último modelo antes do que será lançado nesta quarta, os designers da Nike trataram de eliminar o vão sob os pés. A empresa usou uma nova placa anatômica e um processo de moldagem a vácuo, que criava um chassi de camada única para a placa da sola (cerca de 40% mais leve com a tecnologia). Novamente, Cristiano Ronaldo foi o exemplo de jogador utilizado para potencializar a aceleração e a tração dos atletas que utilizaram este tipo de calçado.

Sobre o Blog

Esporte é emoção e conquistas, mas também é bola, chuteira, tênis, uniforme... Vamos falar tudo o que você precisa para praticar sua modalidade preferida ou usar o mesmo que o seu ídolo veste. A chuteira mais moderna, as curiosidades das novas bolas, quem já lançou camisa para a temporada e muito mais.