Nike diz que embargo ao Irã começou em 2015

A Nike entrou em contato com o Na Vitrine para dar alguns esclarecimentos sobre as reclamações da seleção do Irã, que não recebeu chuteiras para disputar a Copa do Mundo. Segundo a companhia norte-americana, não foi uma decisão própria, mas efeito de um embargo econômico de 2015.

"Nós não sabemos onde começou o mau entendido. A Nike em nenhum momento anunciou que estava suspendendo o fornecimento de material esportivo ao Irã. Essa é uma sanção que vem desde 2015. Não entendemos os motivos que levaram o Carlos Queiroz (técnico da seleção do Irã) a dar essas declarações neste momento", explicou Félix Ximenes, diretor de comunicação da Nike no Brasil.

"O embargo começou em 2015, ainda no governo de Barack Obama, e desde então somos proibidos de fornecer qualquer tipo de produto para quem mora no país. Novamente, não é uma decisão da Nike. É uma política do governo dos EUA que nós, como empresa norte-americana, somos obrigados a cumprir. Estão vinculando o endurecimento da gestão Trump com o Irã com essa ação da Nike, mas a empresa está impedida de fazer isso desde 2015, na gestão Obama", completou.

O embargo econômico relatado tem a ver com o acordo de desarmamento nuclear do Irã. Em 2015, foi assinado um tratado entre o país e seis potências mundiais. Desde então, porém, as sanções econômicas foram abrandadas. A tensão só aumentou nos últimos meses, quando os EUA, já sob a gestão Trump, abandonou esse acordo e os embargos foram reforçados.

(Crédito: Getty Images)

As sanções econômicas são o mesmo motivo pelo qual a seleção do Irã não tem um fornecedor de uniforme para o Mundial. Quem assistir às partidas verá os jogadores com camisetas da marca alemã Adidas, mesmo com a Alemanha fazendo parte do acordo nuclear.

As peças usadas, porém, são modelos padrão compradas pela federação e customizadas pelos próprios iranianos. A maioria das chuteiras utilizadas também virá do mesmo caminho: não existe proibição de venda de produtos para iranianos fora do Irã.