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Por que a camisa branca da seleção ganhou fama de azarada

UOL Esporte

11/04/2019 04h00

Brasil usará camisa branca na estreia da Copa América de 2019. Foto: Divulgação

Relançada na terça-feira como homenagem aos 100 anos do primeiro título sul-americano do país no futebol em 1919, a camisa branca da seleção brasileira tem uma história que ficou marcada também pela fama de azarada. Em grande parte por causa da final da Copa de 1950, quando o Brasil vestiu branco na derrota por 2 a 1 para o Uruguai no célebre jogo do Maracanazo.

A "aposentadoria" da camisa branca, que então figurava como a principal da seleção, só viria três anos depois, em 1953, mas foi emblemática. O jornal "Correio da Manhã" promoveu, com anuência da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), uma enquete para definir um novo modelo de uniforme, e o amarelo criado por Aldyr Schlee saiu-se vencedor.

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Assim, sem exagero, é possível dizer que o "voto popular" colocou fim a uma cor de camisa que virou um dos bodes expiatórios por um período de amargura no futebol brasileiro. Com ela, o Brasil conquistou três sul-americanos (1919, 1922 e 1949), mas a decepção pela perda da Copa em casa fez esta história ficar com o tempo escondida debaixo do tapete.

Modelo é inspirado no utilizado pelo Brasil no Sul-Americano de 1919. Foto: Divulgação

Desta maneira, a camisa branca se despediu como principal vestimenta depois de quase 40 anos – sua estreia ocorreu em 1914 – com quatro edições de Copas do Mundo no currículo. O título mundial não veio, mas de 1930 a 1950 ela só deixou de ser utilizada em um jogo de Copa – no duelo contra a Polônia, em 1938 – e também rendeu momentos de alegria aos brasileiros.

Em 1938, por exemplo, o Brasil pela primeira vez mostrou que tinha potencial para ser um dos grandes do futebol movido pela camisa branca. O terceiro lugar, obtido depois de vitória sobre a Suécia – nas semifinais, o país perdeu para a Itália -, também deixou marcado na história talvez aquele que foi o maior craque a vestir o modelo branco: Leônidas da Silva, artilheiro daquele Mundial com sete gols.

A princípio, o uniforme especial foi relançado tendo em vista apenas a Copa América como homenagem aos 100 anos da primeira conquista sul-americana. Será uma maneira de tentar resgatar o lado positivo da camisa e, quem sabe, deixar para trás a fama de azarada.

"Há 100 anos o Brasil recebia a Copa América e mostrava em casa o que o mundo todo aprendeu a respeitar: a nossa camisa. Se hoje enaltecemos o verde e amarelo, temos que enaltecer também aquele que abriu o caminho para a consagração da nossa Seleção", disse o diretor de Marketing da CBF, Gilberto Ratto.

O retorno da camisa branca já está confirmado para o duelo contra o Bolívia, no dia 14 de junho, no Morumbi. Mas, para muitos, acompanhar a seleção com a cor não será novidade. Em 2004, o Brasil usou o primeiro modelo de 1914 em um amistoso contra a França em comemoração aos 100 anos da Fifa. O jogo terminou 0 a 0.

Brasil usou branco em amistoso em 2004, mas com modelo inspirado em 1914. Foto: Divulgação/Fifa

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