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Sem patrocínio, tenista vai à semifinal de Grand Slam usando 3 marcas

Na Vitrine

25/01/2017 16h46

Viseira Babolat (Crédito: Paul Crock/AFP), saia Nike (C: Mark Kolbe/Getty Images), Mirjana e as três marcas (C: Dita Alangkara/AP), camiseta (C: Mark Kolbe/Getty Images) e tênis Adidas (C: Clive Brunskill/Getty Images)

Viseira Babolat (Crédito: Paul Crock/AFP), saia Nike (C: Mark Kolbe/Getty Images), Mirjana e as três marcas (C: Dita Alangkara/AP), camiseta (C: Mark Kolbe/Getty Images) e tênis Adidas (C: Clive Brunskill/Getty Images)

A croata Mirjana Lucic-Baroni é a grande surpresa do Aberto da Austrália. Aos 34 anos, ela está na semifinal de um Grand Slam pela segunda vez na carreira. A primeira foi há 18 anos, em Wimbledon. Desde então, enfrentou problemas pessoais, brigou com patrocinadores e empresários e passou anos sem dinheiro para viajar no circuito.

Mas como ela pode ser a personagem de um blog sobre produtos esportivos, você pode perguntar…  Imagine um atleta profissional como Neymar. E que, antes da semifinal da Liga dos Campeões, ele entrasse em uma loja de artigos esportivos para comprar a chuteira, a camiseta do Barcelona, o calção e o meião que iria usar.

É mais ou menos isso que Mirjana tem feito. Com essa história de idas e voltas com o esporte profissional, ela chegou às semifinais do primeiro grande torneio da temporada do tênis profissional sem patrocinadores. Quem assistiu aos jogos a viu usando produtos de três marcas diferentes. A viseira e a raquete eram da Babolat. A camiseta e o tênis são da Adidas. A saia, da Nike. "Basicamente, eu pego o que estou sentindo vontade de usar naquele dia", explicou a tenista ao New York Times.

É uma situação bem diferente de, por exemplo, Serena Willians – rival da croata na semifinal, marcada para a madrugada de quarta para quinta-feira, na madrugada. Ex-número 1 do mundo, a norte-americana joga sempre foi patrocinada pela Nike. Toda a sua roupa é feita pela gigante norte-americana, dos vestidos (exclusivos) aos tênis (sob medida).

Mirjana, porém, já esteve entre as tenistas especiais que podiam escolher entre várias ofertas de patrocinadores. Aos 15 anos, em 1998, ela foi campeã de duplas de Wimbledon, ao lado de Martina Hingis. Era considerada uma promessa do esporte. Quando chegou à semifinal da chave de simples no ano seguinte do torneio inglês, batendo até a sérvia Monica Selles, ex-número 1 do mundo, ninguém duvidava que ela tinha capacidade para chegar ao topo do tênis mundial.

Adolescente, porém, ela teve de encarar uma série de dificuldades. Ao lado da mãe e dos irmãos, deixou a Croácia e foi para os EUA, fugindo do pai. A alegação era de abusos, que o pai sempre negou. Nos EUA, a jovem também não suportou a pressão de ser uma estrela em ascensão. Um ano depois daquela semifinal do Aberto da Inglaterra, já tinha saído do top-100 do ranking feminino.

"Quando você é jovem e tem muito sucesso, é uma loucura. Todo mundo diz 'sim, senhora' para qualquer besteira que você queira fazer. Tudo porque você joga bem tênis. Isso não existe", contou a jogadora, explicando esses 18 anos longe do sucesso esportivo.

Nesse tempo, ela brigou com a empresa que cuidava de sua carreira, a gigante IMG. A empresa cobrava empréstimos feitos pela jogadora. A tenista dizia que a empresa a fez perder dinheiro, negando propostas de patrocínio a espera de contratos mais polpudos que nunca vieram.

Sem patrocinadores e sem resultados, a carreira foi ficando cada vez mais complicada. O New York Times conta que, de 2004 a 2007, por exemplo, ela só disputou seis torneios, sem dinheiro para as viagens. "Eu não tinha condições de viajar para competir. Eu queria continuar a carreira, mas não tinha como fazer isso".

Aos 34 anos, ela chegou a Melbourne para o Aberto da Austrália como a 75 do mundo. Treinando em quadras públicas da cidade de Sarasota, na Florida. Com o que ganhou pelas vitórias no Grand Slam, a carreira deve voltar a decolar. E, quem sabe, uma das três marcas que ela usou nas últimas duas semanas podem recompensá-la pela exposição gratuita com um novo acordo de patrocínio.

Sobre o Blog

Esporte é emoção e conquistas, mas também é bola, chuteira, tênis, uniforme... Vamos falar tudo o que você precisa para praticar sua modalidade preferida ou usar o mesmo que o seu ídolo veste. A chuteira mais moderna, as curiosidades das novas bolas, quem já lançou camisa para a temporada e muito mais.