Por que chuteiras de futebol têm travas diferentes?

Você já pegou uma chuteira nova e olhou para o seu solado? Percebeu que o formato das travas (ou cravos) é bem diferente daquele da época dos nossos pais? Isso não é por acaso. O Na Vitrine conversou com Rodrigo Cocenza, especialista em produto da Nike do Brasil, que contou a diferença.

Redondos

São aqueles tradicionais, os primeiros usados nas chuteiras. Eles servem para dar estabilidade e quanto mais longos, mais firme o jogador vai ficar em campo. Por seu formato redondo, eles permitem um movimento de rotação do pé maior.

Por isso, são os preferidos por jogadores de meio-campo: "O jogador de criação de jogada precisa rodar com a bola. E essas travas mais arredondadas permitem isso", explica Cossenza.

Setas

Essas são a nova geração das chuteiras que ficaram conhecidas, no Brasil, como travas de dente de tubarão. Ao contrário de suas antecessoras, as travas não são mais unicamente retas, mas agora em formato de seta. Isso permite uma rotação maior e evita que o pé trave na grama e o joelho rode, causando lesões. O formato, porém, é pensado para dar maior tração ao jogador. Segurar mesmo na grama.

São as preferidas por jogadores que costumam correr mais em campo, como atacantes e laterais. "Elas foram pensadas para quem joga sempre em velocidade e precisa de tração. Precisam que as travas finquem no gramado. Por isso, tem um formato de seta em toda a extensão do solado".

Linhas

Os chamados dentes de tubarão ainda são em usados, mas menores e posições específicas do pé. A Nike, por exemplo, os usa em seu modelo Magista, mas com eles em círculo, justamente para facilitar a rotação.

Nike Hypervenom: travas mistas, para unir as ´qualidades dos dois tipos de travas. "O conceito é cortou, bateu, é gol. A parte do corte tem formato de seta, para dar bastante firmeza. A outra metade, a do chute, tem travas redondas, para facilitar o arremate. É quase dividida ao meio, para abrigar as duas características", diz Cocenza.