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A história por trás da camisa mais exótica do futebol brasileiro

UOL Esporte

05/03/2018 04h00

Já faz um bom tempo que o torcedor brasileiro se acostumou a ver a camisa de seu time de coração tomada por uma quantidade um tanto exagerada de patrocinadores. Seja em equipes pequenas ou grandes, os parceiros vêm ocupando espaços diversos do uniforme, desde mangas até dentro dos números nas costas.

 

Mas o Clube Atlético Pimentense, da cidade de Pimenta Bueno, Rondônia, levou a estética de camisa a um outro patamar com o modelo usado no campeonato estadual de 2013.

A começar pela reprodução da confluência dos rios Pimenta Bueno e Barão de Melgaço, na parte central da camisa, com destaque para as belas margens arborizadas.

"Foi uma ideia da pessoa que produziu a camisa, que fazia parte da administração (Heder Palmonari, ex-técnico do time). A ideia de colocar os dois rios da cidade. Ficou muito bacana", comentou Marcos Lenzi, atual presidente do clube, em contato com o blog.

E como surgiu a ideia, o blog perguntou.

"Em 2013 a gente voltou para a primeira divisão, e eu queria fazer uma coisa diferente para trazer a torcida de volta ao estádio. Aí bolei, peguei esse cartão postal, com os dois rios, que é uma referência daqui de Pimenta Bueno. De começo uma parte da diretoria não achava interessante, porque fugia um pouco do padrão. Mas o nosso fornecedor de materiais esportivo falou: 'se você tiver coragem eu faço para você'. E deu certo", descreveu Heder Palmonari, técnico campeão da Segundona 2012 e vice-campeão estadual em 2013 com o Pimentense [Heder é esse da foto acima, entregando a camisa ao ex-gremista Zé Roberto].

"Foi uma camisa que deu sorte para o time. Foi no ano que subimos da Série B para a Série A do estadual e fomos vice-campeões. Foi nossa melhor campanha na história", acrescentou Lenzi, atual presidente do clube.

Exportação para a China

O modelo de 2013 ainda tem outros detalhes interessantes. No topo, lado direito do peito, um patrocínio inusitado chama atenção para o "programa Scheilla e Você", com a imagem da apresentadora Scheilla Freitas, em corpo inteiro.

O clube que tem o escudo similar ao Atlético Paranaense ainda apresentava o "patrocínio master" do Ciclo Cairu ("o máximo em duas rodas") e do Car Estampa nos ombros.

Nas costas, mais alguns apoiadores: Castilho Estruturas, Eucatur (com imagem de um ônibus) e Prefeitura Municipal de Pimenta Bueno.

"Essa camisa faz sucesso, até hoje recebemos pedidos. Recentemente mandamos 50 para a China", contou o presidente Marcos Lenzi. "Mas fazemos sem todos esses patrocínios, sem a Scheilla. Na época ela era vereadora e queria ser deputada federal. Mas sem todos os patrocínios fica mais bonita, sem essa poluição visual grande, só com a imagem dos rios", emendou [a segunda versão é esta abaixo].

Apesar da repercussão no quesito estético, o Clube Atlético Pimentense está parado com o futebol profissional desde 2014, em razão de não ter um estádio com capacidade mínima na cidade. Enquanto trabalha para ter uma casa para mandar seus jogos e voltar ao mundo competitivo, o clube vem atuando por enquanto somente com times de categorias de base.

Por Bruno Freitas
Do UOL, em São Paulo

 

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