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CBF notifica designer contra uso de marca em camisa “comunista” da seleção

UOL Esporte

16/04/2018 04h00

(Crédito: Divulgação)

Depois de ver uma camisa vermelha da seleção brasileira feita para pessoas de esquerda adquirir grande repercussão na internet na última semana, a CBF notificou a designer mineira Luísa Cardoso para que não venda o produto, não utilize as marcas da entidade e remova as postagens já existentes das redes sociais. De forma amigável, a designer atendeu aos pedidos, e promete apresentar nos próximos dias uma nova criação que não utilize propriedades intelectuais da confederação.

A entidade que comanda o futebol brasileiro contatou a criadora da camiseta na quinta-feira, através de uma notificação judicial redigida por um escritório de advocacia. O documento explicava que a logomarca da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, antigo nome da CBF), usada no projeto, também pertence à CBF, e fazia quatro pedidos: 1) não comercializar a camiseta, 2) parar a produção, 3) retirar o material já postado em redes sociais e 4) responder se comprometendo a não produzir material utilizando os brasões de propriedade da entidade.

"Respondi dizendo que não era minha intenção, e que eu sabia dessa questão de uso de marca, por conta disso não tinha produzido as camisetas e estava esperando o contato deles, que eventualmente ia acontecer. Me comprometi a não utilizar os brasões" disse a designer ao Na Vitrine.

A ideia surgiu no último fim de semana, na esteira da prisão do ex-presidente Lula, e a princípio parecia apenas uma brincadeira. Marcela Sathler, uma amiga de Luisa, comentou no Twitter uma notícia que mostrava manifestantes limpando a calçada do prédio da ministra do STF Carmen Lúcia, que havia sido suja de vermelho por esquerdistas na véspera. Muitos vestiam a camiseta amarela da seleção.

"Por favor alguém cria uma camiseta da CBF vermelha? Não quero usar a amarela na Copa", escreveu a amiga.

Em janeiro, o UOL Tab publicou uma reportagem mostrando como a camiseta da seleção se tornou um símbolo da política nacional e de um país rachado.

Luisa, que tem um escritório de design em Uberlândia, logo pôs a ideia no papel e publicou um modelo feminino no Facebook. Em menos de um dia, a postagem teve quase 500 compartilhamentos e mais de mil curtidas, além de centenas de encomendas da camiseta – a repercussão trouxe consigo a intervenção da CBF.

Isso não significa, entretanto, que os torcedores de esquerda ficarão sem opção. "Na semana que vem vou produzir uma nova camiseta, com um desenho novo criado por mim, e ela vai entrar em uma loja online", promete Luísa.

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

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