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Aposentado há 15 anos, Jordan vende mais produtos da Nike do que futebol

UOL Esporte

27/04/2018 04h00

O modelo KAWS x Air Jordan IV, lançado em 2017. Foto: Maja Hitij/Getty Images

O tenista suíço Roger Federer, o jogador de basquete norte-americano LeBron James, além do português Cristiano Ronaldo e do brasileiro Neymar, ambos astros do futebol, estão entre os esportistas de elite contratados como garotos-propaganda da Nike atualmente. Mas, quando o assunto é venda de produtos, nenhum deles supera um mito que se aposentou há 15 anos: Michael Jordan.

O Air Jordan, que leva o nome do legendário camisa 23 do Chicago Bulls, é a terceira linha de produtos da Nike mais vendida no mundo. Em 2017, faturou US$ 3,1 bilhões (R$ 10,7 bilhões na cotação do dia), correspondente a 9% do faturamento da companhia – no ano anterior, as cifras foram de US$ 2,8 bilhões (R$ 9,7 bi). As peças com a marca de MJ dão mais retorno financeiro à empresa do que o futebol, que gerou US$ 2 bilhões (R$ 6,9 bilhões) em consumo no mesmo período.

As linhas Running, para atletismo e corridas de rua (US$ 5,3 bilhões, ou R$ 18,4 bi), e Training, com equipamentos voltados à atividade física em geral (US$ 3,9 bilhões, ou R$ 13,5 bi) lideraram o ranking de vendas da Nike em 2017. Os dados integram um estudo sobre a competição global das empresas de material esportivo elaborado pela Sports Value, assinado por Amir Somoggi, especialista em gestão e marketing esportivo.

No duelo entre as principais multinacionais do mercado, a Nike ostenta hegemonia em relação às concorrentes pelo menos desde 2002, ponto de partida do levantamento da Sports Value. No ano passado, a empresa norte-americana obteve lucro global de US$ 4,2 bilhões (R$ 14,6 bilhões), o maior da história da companhia e mais que o triplo de Adidas, Under Armour e Puma, que juntas somaram US$ 1,3 bilhão (R$ 4,5 bilhões).

A também norte-americana Under Armour, porém, é a empresa com a maior taxa de crescimento desde 2002, com média anual de 33%, apesar de ter fechado o balanço financeiro de 2017 com prejuízo estimado de US$ 48 milhões (R$ 167 mi).

Apesar de as cifras terem alcance global, 75% do mercado de material esportivo é consumido nos Estados Unidos e na Europa – o que em parte explica o sucesso maior da linha de Michael Jordan, com temática de basquete, muito popular em território norte-americano, na comparação com o futebol.

O tênis também tem mais aceitação e utilidade do que outros itens, não à toa é o produto mais vendido por Nike, Adidas e Puma mundialmente. Os equipamentos esportivos, incluindo chuteiras, representam apenas 5% das vendas de Nike e Adidas, por exemplo. A Under Armour se destaca mais na confecção de roupas.

Segundo o estudo da Sports Value, o varejo esportivo gera mundialmente US$ 260 bilhões (cerca de R$ 905 bilhões), sendo que US$ 8,2 bilhões (R$ 28,5 bi) representam vendas de material e equipamentos esportivos. Nike, Adidas, Under Armour e Puma simbolizam 83% desse faturamento, ou US$ 68 bilhões (R$ 236,6 bi).

A América Latina, no entanto, ainda é uma fatia pequena do bolo, com apenas 6% de participação na renda global do segmento.

 

Thiago Rocha
Do UOL, em São Paulo

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