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Nike muda política e vai deixar de "penalizar" atletas grávidas

Na Vitrine

23/05/2019 11h14

Montaño correu grávida para não perder o patrocínio (Foto: Ezra Shaw/Getty Images)

As denúncias sobre a penalização da Nike para atletas grávidas, com redução no valor de patrocínio, como no caso da velocista Allyson Felix, resultaram em uma mudança na postura da empresa. A fornecedora de material esportivo vai rever a própria política e proteger por contrato as competidoras durante a gravidez, conforme comunicado enviado ao UOL Esporte.

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"A Nike tem apoiado milhares de atletas femininas por décadas. Aprendemos e aprimoramos em como melhor servir as nossas atletas femininas e estamos sempre trabalhando para fazer o nosso melhor e desempenhar um forte papel na defesa, celebração e apoio de atletas do sexo feminino. E estamos empenhados em continuar a fazê-lo. No ano passado, padronizamos nossa abordagem, em todos os esportes, para apoiar nossas atletas femininas durante a gravidez, mas reconhecemos que ainda podemos ir além. Nossos contratos para atletas do sexo feminino incluirão em seu texto termos que reforçam nossa política", afirma a empresa, em nota.

"Nossa missão sempre foi apoiar os atletas enquanto eles se esforçam para fazerem o seu melhor. Hoje, queremos deixar claro que apoiamos as mulheres quando elas decidem se tornar, ao mesmo tempo, ótimas mães e grandes atletas. Reconhecemos que podemos fazer mais e que há uma oportunidade importante para a indústria do esporte evoluir para apoiar atletas do sexo feminino", acrescenta a Nike.

As reclamações das atletas ganharam um grande espaço depois de Allyson Felix, dona de seis medalhas de ouro olímpicas no atletismo, publicar um artigo no jornal The New York Times. No texto de ontem (22), a velocista afirmou que a Nike ofereceu uma renovação de contrato com valores menores, já que a competidora deu a luz a uma menina em dezembro de 2018.

A multicampeã uniu às também americanas Alysia Montaño e Kara Goucher, pioneiras a expor esta questão na semana passada. O peso das conquistas olímpicas fez Allyson Felix publicar o artigo em que compartilha o medo de muitas atletas em relação à postura da Nike, que oferecera um contrato 70% menor em comparação ao antigo acordo vigente.

"Sabemos que essas histórias que estão sendo contadas são verdade, mas nós temos muito medo de dizer publicamente: se tivermos filhos, corremos o risco de que nos cortem (dinheiro) de nossos patrocinadores durante nossa gravidez e depois. É um exemplo de uma indústria onde as regras são feitas em grande maioria por homens", escreveu Felix no NYT.", escreveu a velocista no NYT.

Allyson Felix com os três ouros conquistados em Londres (Foto: Ben Gabbe/Getty Images)

Antes mesmo da reportagem do The Wall Street Journal, a Nike prometeu implementar uma nova política para padronizar o tratamento às atletas durante a gravidez. A própria empresa de material esportivo reconheceu que "pode ir além".

Ainda não houve um anúncio oficial da Nike sobre esta mudança de postura, conquistada somente após o protesto das atletas americanas.

Por José Edgar de Matos
Do UOL, em São Paulo (SP)

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