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Por que Neymar trocou de modelo de chuteira para 2017?

Na Vitrine

19/02/2017 04h00

(Crédito: Clive Rosen/Getty Images)

Nos últimos dois ou três anos, Neymar usou algumas das chuteiras mais diferentes do mercado. Em 2014, para a Copa do Mundo, por exemplo, era dourada (Gold Hypervenom Special Edition). Em 2015, ficou prateada (ou diamante: Hypervenom Liquid Diamond). Em 2016, a escolha foi uma branca e preta com desenhos do artista brasileiro Bruno Big (Hypervenom Ousadia Alegria). No meio do ano, mais uma mudança: ele foi o primeiro jogador de futebol a usar a marca Air Jordan na chuteira (NJR x JORDAN Hypervenom).

Percebeu que todas elas eram Hypervenom? Não era por acaso. Desde 2013, o brasileiro era a cara dessa família de chuteiras, assim como Cristiano Ronaldo era o garoto propaganda da outra série de chuteiras da Nike, a Mercurial – a empresa ainda tem outras duas linhas, a Magista (focada em meio-campistas como o belga Kevin de Bruyne) e Tiempo (clássica, primeira chuteira moderna da marca norte-americana).


Sai Hypervenom, entra Mercurial

Desde o fim do ano passado, porém, as coisas mudaram. Os mais atentos perceberam que o brasileiro deixou as chuteiras Hypervenon de lado e voltou a usar os calçados da família Mercurial. Contra o PSG, na Liga dos Campeões, por exemplo, ele usou a Mercurial Vapor XI FG verde limão. Mais uma vez, a mudança não foi por acaso.

Ao olhar o seu portfólio de chuteiras, a Nike decidiu reposicionar a Hypervenom. A empresa já tinha consolidado a linha Tiempo para jogadores clássicos (zagueiros como Thiago Silva e meias como o italiano Pirlo), a Magista para meio-campistas dinâmicos (como De Bruyne) e a Mercurial para atletas velozes (com a cara de Cristiano Ronaldo). Faltava, na visão da empresa, uma chuteira para os centroavantes.


Chuteira para centroavantes

A nova Hypervenom

"A nova chuteira não tem só inovações tecnológicas, mas um novo posicionamento. Ela é destinada a um novo tipo de jogador. Antes, a Hypervenom era para jogadores de agilidade, como o Neymar, que cortava os adversários e partia em velocidade em direção ao gol. Com esse lançamento e as inovações feitas, a Hypervenom passa a ser focada no centroavante, o matador, o camisa 9", Bárbara Casara, diretora de marca para futebol da Nike do Brasil.

Com isso, a linha deixou de ser de Neymar e passou a ser de Lewandowski, o principal camisa 9 da empresa. Além do polonês, o uruguaio Cavani também faz parte dos esforços de marketing da empresa. "Além de reposicionar a chuteira para nosso público, a Nike também fez o trabalho grande de revisar os atletas que usavam a Hypervenom, para focar no centroavante. No Brasil, por exemplo, temos o Jô e o Felipe Vizeu, que representam o conceito que queremos mostrar", diz Bárbara.

Está vendo os cravos redondos de um lado e em formato V de outro? Essa é uma das mudanças da chuteira pensadas em quem joga dentro da área e precisa alias movimentos de rotação (facilitados pelas travas redondas), mas também precisa de arranque e troca de direção (travas em V)

A empresa até fez um evento em São Paulo na semana passada, com influenciadores digitais, para mostrar ao público o novo conceito. O evento, chamado de Mete Caixa, reuniu jovens escolhidos por youtubers de futebol (um dos que escolheu foi Wendell Lira, vencedor do Prêmio Puskas de gol mais bonito do ano pela Fifa que deixou o futebol e se tornou jogador profissional do game FIFA) em um galpão na zona leste, com desafios que remetiam ao que os centroavantes costumam fazer em campo.


Parceria com Jordan é trunfo de Neymar

Por acaso, a troca de chuteira também coincidiu com uma fase menos goleadora de Neymar. Enquanto o brasileiro está dando mais assistências do que no passado, seus companheiros no trio MSN, Messi e Suarez, estão dando conta dos gols.

"O Neymar começou a parceria com a Nike usando a Mercurial. Quando lançamos a Hypervenom em 2013, ela era focada em um tipo de atacante mais ágil, que cortava os adversários e tinha velocidade. Justamente o que Neymar é. Quando a gente viu que faltava uma chuteira para posicionar para o centroavante, para o Rei da Área, e vendo como existia uma conexão antiga com a Mercurial, conversamos e foi feita a troca", completa Bárbara.

A mudança de Neymar para a família de chuteiras de Cristiano Ronaldo pode parecer negativa para o brasileiro. Não deve ser. A explicação para isso é a parceria com Michael Jordan. A marca é da Nike, mas funciona independentemente. E Neymar é o grande nome de futebol dessa família. Além disso, a empresa garantiu que, em breve, o brasileiro deve ser o foco de um lançamento de uma nova chuteira, com seu nome, dentro da família Mercurial.

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