Sem álcool, com treino e tênis certo. O caminho à primeira meia-maratona
UOL Esporte
11/08/2018 04h00
Uma placa ao fim do grande túnel indicava que os meus planos dariam mesmo certo. Eu estava a pouco mais de mil metros da linha de chegada da meia-maratona SP City, a minha primeira, que me fora apresentada de forma repentina e colocada em prática em apenas quatro semanas. Explico: meu nome é Diego Salgado, tenho 36 anos, sou jornalista, esportista nas horas vagas, adepto de um futebol semanal com os amigos, ciclista há 18 anos e entregue às corridas de curta distância desde 2013.
Um mês antes de a placa quase derradeira da meia-maratona me trazer alívio, eu buscava tempos melhores nos cinco quilômetros. Os resultados me deixavam satisfeito – meu melhor tempo foi pouco mais de 21 minutos -, embora a distância mais longa sempre se mostrasse sedutora. Certa vez, cheguei aos oito quilômetros. No fim de junho, porém, o UOL Esporte foi convidado pela Mizuno a participar da meia-maratona. O convite foi repassado a mim, que aceitei imediatamente – estava ali a chance de, enfim, romper barreiras.
Pela primeira vez na vida, fui apresentado a um tênis adequado à minha pisada. Com o Wave Sky da Mizuno, modelo lançado em junho de 2017, ganhei estabilidade e amortecimento no impacto. "Abraçado" pelo tênis, também recebi suporte da Mizuno em relação à parte física. A assessoria esportiva Ztrack montou treinos específicos para mim, enquanto uma cardiologista do esporte se encarregou dos exames tão necessários, ainda mais no meu caso.
Depois, a duas semanas da prova, consegui correr 18 quilômetros, em um treino marcado por aprendizados e uma falta de preparação que custou caro. Sem tempo e regras, cheguei completamente despreparado à atividade. Eu havia dormido pouco, pecado na alimentação e dado pouca importância ao gel de carboidrato durante a corrida. O resultado não poderia ser outro: apesar de completar o treino, eu cheguei em casa com uma leve desidratação.
Os erros me fizeram encarar a preparação e a própria prova de maneira diferente. A minha alimentação melhorou, as bebidas alcoólicas foram deixadas de lado e o sono virou prioridade nas duas semanas anteriores à meia-maratona.
Oito dias antes, o treino longo de sábado se encarregou de mostrar como tudo isso faz a diferença. Os 16 quilômetros percorridos de maneira leve me deixaram tranquilo. Embora a busca por tempos melhores fosse um objetivo tão forte quanto à conclusão da prova, o último trabalho longo foi o mais importante por me devolver a confiança, sem ênfase aos números mostrados pelo relógio.
Um exemplo prático: seis amadores comandados por um atleta em busca do tempo inferior a três horas na maratona, com treinos em meio às rotinas de trabalho. Uma missão bem mais árdua que a de completar a primeira maratona em quatro semanas de preparação.
Eu completei a prova sem nenhum problema. Consegui me manter bem mentalmente durante quase todo o caminho, com exceção dos dois túneis já no trecho final da prova. Nada que impedisse de fechar a minha primeira meia-maratona em 1h55, com alguma dor, é verdade. Comprovei, também, a importância de um tênis adequado, de um treino bem montado e executado, além de uma atenção especial com a saúde. Os resultados vêm a tira-colo, sem erro.
Ao fim dessa experiência tão rica, destaca-se o aprendizado tão extenso em um período tão curto. Foram quatro semanas que pareceram quatro meses, com a oportunidade de conhecer pessoas tão competentes em suas áreas e que fazem da corrida um combustível imprescindível para seguir em frente. São tantos bons exemplos que os planos em relação às distâncias longas teve de ser esticado – dobrado, para ser mais exato. Os 42 quilômetros, agora, viraram o novo objetivo.
Por Diego Salgado, em São Paulo
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